
1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: Trata-se da falta ou perda do apetite pelo alimento; diz-se que o apetite para os animais é psicológico e sua existência seria apenas hipotética, o que já vem sendo bastante questionado por vários pesquisadores. Do ponto de vista fisiológico, a fome é estimulada pela necessidade corporal de alimento. A anorexia pode ser parcial ou completa. Além disso, a anorexia resulta em diminuição na ingestão alimentar, o que induz à perda de peso. A pseudoanorexia é associada mais à incapacidade de preensão ou deglutição do alimento e não à perda real do apetite. Os sinais periféricos que influenciam o apetite incluem a palatabilidade, a textura e a quantidade de alimento recém-consumido. A saciedade é influenciada pela distensão gástrica e duodenal, bem como pela presença de nutrientes no trato gastrintestinal. A fome é afetada pelas concentrações plasmáticas de glicose e ácidos graxos, em decorrência da interação com receptores específicos aos nutrientes, existentes no fígado e no trato gastrintestinal. A redução do metabolismo oxidativo efetuado pelo fígado conduz à fome e o aumento, à saciedade. A leptina é produzida principalmente pelos adipócitos e atua sobre receptores hipotalâmicos específicos de modo a diminuir tanto o metabolismo quanto o apetite. O neuropeptídeo Y liberado a partir do trato gastrintestinal induz à fome e à hiperfagia, além de reduzir o gasto de energia após a restrição alimentar. A colecistocinina (CCK) e a bombesina liberadas a partir do TGI diminuem o apetite. A grelina produzida pelo estômago é um agente procinético, que diminui a produção de leptina e aumenta a produção do neuropeptídeo Y. O apetite é estimulado pela aldosterona e corticosterona, mas suprimido pelo glucagon e pela somatostatina.
2) SINAIS CLÍNICOS: Os achados anamnésicos são importantes, pois a recusa em se alimentar é uma queixa comum apresentada pelos proprietários de pequenos animais, visto que o apetite reduzido está fortemente associado a doenças. Os pacientes com distúrbios indutores de disfunção ou dor em regiões como face, pescoço, orofaringe e esôfago podem exibir interesse pelo alimento, mas não conseguem se alimentar. Esses pacientes são denominados como pseudoanoréticos. Os animais com perda do olfato (anosmia) muitas vezes não demonstram o sinal de farejamento. Pode-se observar a perda de peso. Outro ponto bastante importante são os achados do exame físico, pois na anorexia os sinais clínicos variam dependendo da causa subjacente, mas incluem febre, palidez, icterícia, dor, alterações no volume do órgão, anormalidades oculares, distensão abdominal, dispneia, sons cardíacos e ruídos pulmonares casuais, sopros cardíacos e massas. Os pacientes pseusoanoréticos costumam exibir perda de peso, halitose, salivação excessiva, dificuldade de preensão e mastigação do alimento, além de odinofagia (doa à deglutição).
3) CAUSAS: Quase todo processo patológico sistêmico pode causar anorexia. Psicológica (dieta não palatável, aversão ao alimento, estresse, alterações na rotina e no ambiente), distúrbios acidobásicos, insuficiência cardíaca, intoxicações e medicamentos, dor, endocrinopatias e doença metabólica, neoplasia (as doenças inflamatórias e neoplásicas podem levar à anorexia, pela liberações de citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-1, o fator de necrose tumoral e a interferona; em pacientes com câncer há uma perda frequente de suprarregulação esperada de ingestão alimentar em resposta ao gasto energético elevado), doença infecciosa, doença imunomediada, doença respiratória, gastrenteropatia, doença musculoesquelética, doença neurológica (qualquer distúrbio que diminua a excitabilidade cerebral reduzirá potencialmente a ingestão de alimento), anorexia do envelhecimento (a queda no apetite associada ao envelhecimento, assim denominada de anorexia do envelhecimento, predispõe os pacientes mais idosos à desnutrição proteico-energética), insuficiência renal e hepática, temperatura ambiental elevada. Na pseudoanorexia, qualquer doença indutora de dor ou disfunção na preensão, mastigação e deglutição pode levar à anorexia.
4) DIAGNÓSTICO: Em primeiro lugar, é importante realizar a pesquisa de diagnóstico diferencial. Para isso, deve-se questionar os proprietários a respeito do interesse do paciente pelo alimento, bem como da capacidade de preensão, mastigação e deglutição do alimento, além de inspecionar a ingestão de alimento pelo paciente para descartar a pseudoanorexia. Trazer à tona um histórico detalhado, considerando itens como: ambiente, dieta, mudanças na rotina, presença de pessoas ou outros animais domésticos, para ajudar a identificar as etiologias psicológicas em potencial. Para determinar a presença de doença sistêmica, há necessidade de um exame físico completo. Para a realização do diagnóstico definitivo é imprescindível a coleta de um banco de dados, incluindo hemograma completo, perfil bioquímico sérico, urinálise, sorologia para dirofilariose e retrovírus, imagens torácicas e abdominais, endoscopia e histologia/citologia de amostrar teciduais/celulares.
5) TRATAMENTO E MANEJO: A base do tratamento visa identificar e corrigir a doença subjacente. A terapia sintomática envolve uma atenção especial para os distúrbios hidreletrolíticos, a redução de fatores ambientais indutores de estresse e a mudança da dieta para melhorar a palatabilidade. Como regra geral, cães e gatos com doença debilitante não devem ficar sem alimento por mais de 3 – 5 dias antes de se utilizar uma alimentação enteral ou parenteral.
6) ACOMPANHAMENTO: Deve-se realizar a monitoração do paciente, por meio da mensuração do peso corporal, avaliação do escore da condição corporal e determinação da hidratação. O retorno do apetite deve ocorrer.
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