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Foto do escritorDra. Brubs

Nutrição de Cães e Gatos - Animal com Pancreatite

Atualizado: 14 de jun. de 2022



1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: A pancreatite consiste na inflamação do pâncreas. Pancreatite aguda – inflamação do pâncreas que ocorre abruptamente com pouca ou nenhuma alteração patológica permanente. Pancreatite crônica – doença inflamatória contínua que é acompanhada por alteração morfológica irreversível. Os mecanismos de defesa do hospedeiro normalmente evitam a autodigestão do pâncreas pelas enzimas pancreáticas; porém, em algumas circunstâncias, essas defesas naturais falham; dessa forma, ocorre autodigestão quando essas enzimas digestivas são ativadas dentro das células acinares. A lesão tecidual local e sistêmica é atribuída à atividade das enzimas pancreáticas liberadas e de diversos mediadores inflamatórios, como as citocinas, os radicais livres e os fatores relacionados com o complemento. Raças predominantes são Schnauzer miniatura, Poodle miniatura, Cocker spaniel e gatos da raça Siamês. Pancreatite aguda é mais comum em cães de meia-idade e idosos (> 7 anos); idade média à apresentação é de 6 anos e meio. Idade média para pancreatite aguda em gatos é de 7,3 anos.


2) SINAIS CLÍNICOS: Em cães – sinais do TGI. Em gatos – sinais vagos, inespecíficos e não localizados. Nos achados anamnésicos pode-se observar letargia, depressão, anorexia, vômito, perda de peso, os cães podem apresentar dor abdominal, diarreia e icterícia. Nos achados do exame físico encontram-se letargia grave, desidratação, dor abdominal, febre e icterícia.


3) CAUSAS E FATORES DE RISCO: As causas geralmente são desconhecidas, mas incluem: fatores nutricionais (hiperlipoproteinemia), traumatismo/isquemia pancreática, refluxo duodenal, medicamentos/toxinas, obstrução do ducto pancreático, hipercalemia, agentes infecciosos (toxoplasmose, PIF), extensão de inflamação hepatobiliar ou intestinal felina. Os fatores de risco consistem em raça, obesidade, doenças concomitantes (diabetes melito, hiperadrenocorticismo, insuficiência renal crônica e neoplasia), administração recente de medicamento, enteropatia/hepatopatia inflamatória.


4) DIAGNÓSTICO: Devem-se considerar primeiramente os diagnósticos diferenciais de outras doenças de abdome agudo, como doenças GI (obstrução, corpo estranho, grastrenterite, doença ulcerosa), torção esplênica, hipoadrenocorticismo, doença urogenital, doença hepatobiliar, neoplasia abdominal. O hemograma completo frequentemente revela hemoconcentração, leucocitose com desvio à esquerda e neutrófilos tóxicos, podendo demonstrar neutrofilia e anemia arregenerativa. Na bioquímica sérica quase sempre há azotemia pré-renal e as atividades das enzimas hepáticas (ALT, fosfatase alcalina) frequentemente se encontram elevadas por causa da isquemia hepática ou por exposição às toxinas pancreáticas; a hiperbilirrubinemia é mais comum nos gatos, sendo atribuída à lesão hepatocelular e obstrução biliar; observa-se hiperglicemia em cães e gatos com pancreatite necrosante em virtude da hiperglucagonemia; as atividades séricas da amilase e lipase não são marcadores sorológicos de confiança (são inespecíficas, pois podem estar aumentadas também na doenças hepática, renal ou neoplásica); a imunorreatividade da lipase pancreática é um marcador sorológico altamente sensível e específico de inflamação pancreática. Na ultrassonografia abdominal podem aparecer algumas alterações. Os métodos diagnósticos mais indicados são biopsia por aspiração com agulha guiada pelo ultrassom, laparoscopia com biopsia pancreática por pinça para o diagnóstico histológico.



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