1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: Pele vermelha, erupções cutâneas, epífora, balançar da cabeça lambedura de patas são questões que parecem atormentar muitos Pets. Infelizmente, a causa desses problemas tão comuns são de difícil diagnóstico e cura. A alergia alimentar é, atualmente, menos comum em cães e, na maior parte, aparece após os dois anos de idade do paciente. Muitas vezes, os cães que sofrem de alergias alimentares recebem a mesma comida comercial durante toda a vida. Quando o corpo é exposto repetidamente aos mesmos alérgenos por períodos prolongados, pode desenvolver uma resposta imune, no qual não reconhece mais esses alimentos como normal. A reação alérgica é uma resposta sistêmica autoimune ou uma reação do organismo contra uma substância ou toxina presente na dieta. Alguns cães, como os Schnauzers miniatura, comumente, têm problemas lipídicos e, portanto, apresentam complicações com dietas ricas em gorduras. Cães que têm intolerância ao glúten sofrem com gases e diarreia quando são alimentados com grãos e amidos. Pets com intolerância à lactose podem apresentar diarreia e desconforto abdominal quando se alimentam de dietas com leite ou seus derivados. O agravamento da hipersensibilidade alimentar pode levar a um estado de inflamação crônica intestinal, podendo, esse quadro, levar a diversos outros problemas secundários de saúde (OLSON, 2015). O alimento é a maior carga antigênica ao organismo. As principais imunoglobulinas envolvidas nas reações de hipersensibilidade em cães são principalmente IgA e IgM. As reações de hipersensibilidade do tipo I (anafiláticas e imunomediadas) por alimento em animais, produção de IGE e degranulação de mastócitos, são raras em cães. O intestino funciona como uma grande membrana seletiva permitindo a entrada no organismo de apenas pequenas moléculas (nutrientes) e impedindo a entrada de grandes moléculas, como toxinas, bactérias e alimentos íntegros. O desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) ocasiona a perda da seletividade de membrana e alterações na tolerância imunológica. De acordo com o alimento ingerido, seleciona-se o microbioma intestinal, dessa forma, o tipo de microrganismo presente no intestino irá influenciar diretamente a resposta imunológica. As bactérias saudáveis interagem com o sistema imunológico resultando em maior tolerância aos alimentos. Cerca de 2% de macromoléculas do alimento chegam normalmente na circulação e são fagocitadas pelos macrófagos. Até os 70 anos de idade, um ser humano ingere cerca de 25 toneladas de alimento, dos quais, aproximadamente, 500 kg chegam íntegros à circulação. Na presença de disbiose e alterações de permeabilidade de membrana, a quantidade de macromoléculas que chega à circulação é muito maior. A hipersensibilidade alimentar é uma condição inflamatória, podendo resultar em numerosas alterações sistêmicas e podendo manifestar-se em vários órgãos ou tecidos. Quando há quebra na barreira da mucosa intestinal, há intolerância alimentar, anormalidades imunológicas e, consequentemente, condições de respostas autoimunes (MORAES). A hipersensibilidade alimentar é uma reação tardia, mediada por IgA e IgM. A alergia (de verdade) é mais rara em animais, sendo uma reação imediata; esta é mediada por anticorpos IgE e IgG (ANGÉLICO).
2) SINAIS CLÍNICOS: Tanto as alergias ambientais quanto as alimentares são culpadas por sinais clínicos bastante semelhantes, como as coceiras, esfregação da face, o corrimento ocular, as infecções de ouvido, erupções cutâneas e as feridas crostosas. Ocasionalmente podem ocorrer vômito e diarreia, mas são efeitos menos comuns (OLSON, 2015). As consequências da hipersensibilidade alimentar em cães podem estar vinculadas a doenças articulares, epilepsia, disfunções cognitivas, hepatopatias, alterações digestivas e alterações cutâneas (MORAES).
3) CAUSAS E FATORES DE RISCO: Várias diferentes condições de saúde podem causar problemas de pele. Algumas dessas incluem hipotireoidismo, doença de Cushing, desordens autoimunes, alergias (ambientais e alimentares), parasitas de pele, bactérias, fungos ou o problema pode ser causado por uma combinação desses fatores. As alergias alimentares são mais difíceis de serem identificados e determinados os agentes causadores, especialmente se o animal alimenta-se com dieta comercial (ração), porque a mesma contém uma variedade muito grande de ingredientes na sua formulação. Devido aos problemas de pele poderem ser o resultado de uma resposta autoimune ou de uma supressão do sistema imune, deve-se dar importância para o fortalecimento do sistema imune. Uma imunidade saudável é a primeira linha de defesa do paciente em adversidades fisiológicas. Se o sistema imune do animal está comprometido e seus níveis de defesa estão baixos, isso resulta em uma variedade de diferentes doenças. As alergias e as intolerâncias alimentares são dois dos potenciais problemas de saúde que podem ocorrer quando o sistema imune do paciente não está em equilíbrio. O estresse pode causar problemas de imunidade no animal; mudanças de moradia, viagens, mudança de clima e temperatura, doenças hormonais, anestesia e um longo período de utilização de certos medicamentos, como esteroides e antibióticos (OLSON, 2015). As reações de hipersensibilidade ocorrem por alterações na tolerância imunológica (MORAES).
4) DIAGNÓSTICO: Se o Pet está com algum sinal clínico de dermatopatia, deve-se encaminhá-lo para o Médico Veterinário a fim de realizar um check-up completo no paciente, raspado e análise cutâneos e uma cultura da orelha. Os testes para problemas de alergia ambiental são mais realistas do que os testes para alergias alimentares, e podem ajudar a determinar a origem da causa do quadro clínico do paciente. Quando o animal desenvolve alergias, é importante, durante a anamnese, voltar no tempo e questionar ao tutor episódios de manejo e acontecimentos de rotina anteriores ao aparecimento do quadro clínico (OLSON, 2015). Existem duas maneiras para realizar o diagnóstico: Dieta de eliminação ou Teste de hipersensibilidade alimentar para IgA e IgM (NutriScan ou Alergen). Antes da realização da dieta de eliminação, deve-se utilizar por 10 dias a estratégia de recompor o trato digestório para o organismo se adaptar e tolerar o novo alimento ingerido. A dieta caseira é considerada o teste mais seguro para diagnóstico de hipersensibilidade. Assim, deve-se administrar substâncias em que os animais nunca tiveram contato (fonte de carboidrato, fonte de proteínas e fonte de lipídeos). Os ingredientes restringidos devem ser adicionados à dieta em intervalos de, no mínimo, 10 dias. Atualmente, é recomendada a duração mínima de 6 – 8 semanas para desconsiderar alergia alimentar ou hipersensibilidade alimentar. Os testes sorológicos não são indicados para o diagnóstico da hipersensibilidade alimentar por avaliar principalmente a hipersensibilidade do tipo I – IgE (MORAES). O objetivo da dieta de eliminação é determinar se o quadro é influenciado por alimentos, devendo-se servir a mesma dieta por 2 – 3 meses, em caráter de exclusividade, uma dieta caseira composta por alimentos hipoalergênicos. Recomenda-se realizar mesmo em casos de suspeita de DAPP ou atopia, não ter respondido à ração hipoalergênica e/ou ter feito teste “spot” para IgE. 1) Estratégia de diagnóstico por meio de dieta de exclusão: 5 dias antes de dar início, utilizar probiótico diariamente; nas primeiras 24 horas da nova dieta, deve-se realizar um jejum de sólidos ou somente caldo de legumes; oferecer ao paciente a dieta caseira hipoalergênica por 60 – 90 dias em caráter de exclusividade. 2) Manejo da dieta de exclusão: Evitar fármacos que suprimam o prurido, pois mascaram o efeito da dieta; evitar banhos regulares, desde que haja melhora do quadro clínico; hidratação (Allerderm e/ou Hidrapet); realizar o controle de ectoparasitas e evitar a vacinação enquanto estiver na dieta. 3) O retorno é impreterivelmente após 60 – 90 dias para a avaliação da condição do paciente. 4) Avaliando os resultados: Pedir para o tutor dar uma nota de 0 a 100 para a melhora da condição do paciente após os 60 – 90 dias. 5) Desafio expositivo: As finalidades são de descobrir a que alimentos o paciente é alérgico, permitir a elaboração de uma dieta caseira mais variada e prevenir que o paciente se torne alérgico à proteína da dieta de eliminação. Assim, como teste, faz-se, sistematicamente, a introdução de uma novidade por semana – Carne suína (lombo ou filé mignon suíno), ovo de galinha, carne de frango, carne bovina, cenoura, laticínios (iogurte ou queijo branco), levedo de cerveja e tomate. O tutor deve registrar a reação do paciente a cada novo alimento introduzido na dieta (ocorreu reação com algum alimento, presença de eritema, otite, lesões, agravo do prurido, lambedura interdigital). Quando há reação, o tutor pode dar um banho e secar bem o paciente, voltar para a dieta anterior até estabilizar o quadro clínico atual, retornar o teste com a próxima novidade. Quando não há reação, deve-se registrar e seguir em frente com o teste. 6) Próxima avaliação: Elaborar uma dieta caseira balanceada (com cálcio) sem os alimentos que provocaram as reações e acompanhar (ANGÉLICO).
TRATAMENTO E MANEJO:As doenças de pele podem ser de difícil controle, pois podem espalhar-se com facilidade, causando ainda mais problemas e irritação ao animal. Apenas mascarar os sinais clínicos não ajudará na resolução da origem do problema. Quando se sabe a causa do problema e se trabalha para corrigi-la, os sinais clínicos podem não precisar mais serem tratados. A nutrição é extremamente importante na prevenção e no manejo dos problemas de pele, independentemente da causa. A qualidade da nutrição é a coisa mais valiosa que se pode oferecer para os pacientes e é o elemento mais importante de suporte para o sistema imune. Se o animal está sendo tratado com antibacterianos, é importante incluir à dieta probióticos para que permaneçam as bactérias boas no trato digestório (OLSON, 2015). Dosar sempre o cortisol basal em todo o paciente com reações de hipersensibilidade; quando muito baixo, significa processo inflamatório. Um grande número de cães apresenta níveis basais extremamente baixos e, neste caso, deve-se promover a sua suplementação para otimizar a função da glândula adrenal.
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