1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: Grupo de enteropatias crônicas, caracterizado por sinais gastrintestinais persistentes e indícios histopatológicos de inflamação intestinal. Respostas imunes aberrantes do hospedeiro provavelmente são deflagradas pela microbiota intestinal. O dano resulta da elaboração de citocinas, liberação de enzimas proteolíticas e lisossomais, ativação do complemento secundária ao depósito de imunocomplexos e geração de radicais livres de oxigênio. Há suspeitas de suscetibilidade genética do hospedeiro envolvendo defeitos na imunidade inata em cães e gatos. Algumas raças caninas são predispostas (enteropatia imunoproliferativa do Basenji e Lundehund, colite histiocítica de Buldogue francês e Boxer, além de enteropatia sensível ao glúten em Setter irlandês); também se observa uma incidência elevada em Pastor alemão. Os gatos da raça siamês podem ser predispostos. Comum em cães e gatos sem raça definida. Mais comum em animais de meia-idade, embora os mais jovens (com menos de 2 anos de idade) possam ser acometidos.
2) SINAIS CLÍNICOS: Os achados no exame anamnésico em cães são compatíveis com vômito intermitente crônico, diarreia do intestino grosso e/ou delgado e perda de peso são comuns. Já em gatos, anorexia é o sinal mais comum, seguida por perda de peso, vômito e diarreia. Borborigmo, flatulência, hematoquezia, dor abdominal e fezes mucoides são menos comumente relatados. Os achados do exame físico variam de um animal aparentemente saudável a magro e deprimido. Com frequência, observa-se o mau aspecto da pelagem. A palpação abdominal pode revelar dor, alças intestinais espessadas e linfadenopatia mesentérica (especialmente nos gatos). Pode ocorrer ascite em cães acometidos por enteropatia com perda de proteínas.
3) CAUSAS E FATORES DE RISCO: É muito provável que a etiologia seja multifatorial. A etiologia provavelmente envolve interações complexas entre a genética do hospedeiro, a imunidade da mucosa e os fatores relacionados com o ambiente (microbiota). Agentes infecciosos: E. coli, Giardia, Salmonella, Campylobacter e flora gastrintestinal residente normal são envolvidas no quadro de enteropatia inflamatória. Agentes nutricionais: proteínas da carne, aditivos alimentares, corantes artificiais, conservantes, proteínas do leite e glúten (trigo) são sem exceção, agentes causais sugeridos; os fatores nutricionais parecem importantes na patogenia da inflamação crônica em enteropatia inflamatória canina e felina. Fatores genéticos: determinadas formas de enteropatia inflamatória são mais comuns em algumas raças de cães e gatos; defeitos na imunidade ativa (observado em cães da raça Pastor alemão) podem predispor o animal ao desenvolvimento de enteropatia inflamatória. As hipóteses atuais sugerem que a enteropatia inflamatória seja um distúrbio multifatorial condicionado por fatores genéticos, imunológicos e ambientais.
4) DIAGNÓSTICO: Em relação ao diagnóstico diferencial em gatos deve-se levar em consideração hipertireoidismo, neoplasia intestinal (especialmente linfossarcoma bem diferenciado), reações alimentares adversas, PIF granulomatosa e outras infecções virais (FeLV e FIV), insuficiência renal e hepática, insuficiência pancreática exócrina, parasitismo intestinal e enteropatia responsiva a antibióticos são os principais diferenciais. Em cães, deve-se considerar neoplasia intestinal, distúrbios da motilidade, reações alimentares adversas, linfangiectasia, insuficiência pancreática exócrina, parasitismo intestinal e diarreia responsiva a antibióticos. No hemograma, bioquímica e urinálise os resultados podem permanecer normais; esses testes servem mais frequentemente para eliminar outros diagnósticos diferenciais. Os gatos com enteropatia inflamatória podem revelar alterações nas concentrações séricas de proteína total (hiperproteinemia) e albumina, além de aumento na atividade das enzimas hepáticas (ALT e/ou FA). Hipoproteinemia é mais comum nos cães com enteropatia inflamatória do que nos gatos. A deficiência de cobalamina é relatada tanto em cães como em gatos com doença significativa do intestino delgado. Pode-se ainda realizar diagnóstico por imagem, como radiografias abdominais simples (geralmente normais), estudos contrastados de bário (podem revelar anormalidades da mucosa e alças intestinais espessadas, entretanto, achados normais não eliminam a possibilidade de enteropatia inflamatória) e ultrassonografia (pode indicar o aumento na espessura da parede intestinal e a presença de linfadenopatia mesentérica). De acordo com os métodos diagnósticos, deve-se realizar um ensaio com dieta hipoalergênica (teste de eliminação) para descartar reações alimentares adversas. Se os sinais gastrintestinais desaparecerem, o diagnóstico será de alergia ou intolerância alimentar. Sempre realizar exame de fezes para pesquisa de parasitas nematódeos e protozoários. A endoscopia é de extrema importância para a realização de exames histopatológicos e biópsias de amostras intestinais.
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