1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: A disfagia é a deglutição dificultosa ou dolorosa, resultante de dor durante o processo de deglutição ou incapacidade de preensão, formação e deslocamento do bolo alimentar pela orofaringe até o esôfago. Há maior probabilidade de que os animais muito jovens tenham anormalidades congênitas. É mais provável que os cães jovens ingiram corpos estranhos e sofram traumatismo facial. Os gatos jovens têm maior probabilidade à formação de pólipos inflamatórios.
2) SINAIS CLÍNICOS: Os sinais clínicos mais comumente observados em pacientes com disfagia são: salivação (em virtude da dor ou incapacidade de engolir a saliva), ânsia de vômito, apetite voraz, tentativas repetidas ou exageradas de deglutição, deglutição com a cabeça em posição anormal, secreção nasal (em função da passagem de alimento e líquidos para a nasofaringe e a cavidade nasal), tosse (causada por aspiração), regurgitação, deglutição dolorosa e anorexia e perda de peso.
3) CAUSAS E FATORES DE RISCO: As lesões anatômicas ou mecânicas incluem inflamação faríngea (abscessos, pólipos inflamatórios e granuloma eosinofílico bucal), linfadenomegalia retrofarígea, neoplasias, corpos estranhos faríngeos e retrofaríngeos, sialocele, distúrbios da articulação temporomandibular (luxação, fratura e osteopatia craniomandibular), fratura mandibular, fenda palatina ou encurtamento congênito do palato, distúrbio do frêmito lingual e traumatismo faríngeo. A dor decorrente de odontopatia (fraturas e abscessos dentários), traumatismo mandibular, estomatite, glossite e inflamação faríngea também pode interromper a preensão normal, a formação de bolo alimentar e a deglutição. Estomatite, glossite e faringite podem ser secundárias a rinotraqueíte viral felina, infecção por FeLV /FIV, pênfigo, LES, uremia e ingestão de substâncias cáusticas ou corpos estranhos. Distúrbios neuromusculares e do SNC, principalmente aqueles que envolvam o tronco cerebral, músculos mastigatórios e faringe, também podem cursar com disfagia.
4) DIAGNÓSTICO: O diagnóstico deve iniciar pelo diagnóstico diferencial, pois é preciso diferenciar a disfagia de vômito e regurgitação decorrentes de doença esofágica. Os esforços exagerados ou repetidos para engolir (típicos de disfagia) são o meio mais útil de distingui-la de vômito e regurgitação. Os vômitos associam-se a contrações abdominais; a disfagia, não. No hemograma as condições inflamatórias frequentemente geram leucocitose, algumas vezes com desvio à esquerda. Em geral, encontra-se uma atividade sérica elevada da CK em pacientes com distúrbios neuromusculares resultantes em disfagia. Em pacientes com úlceras bucais e linguais secundárias à uremia, podem-se encontrar indícios de nefropatias (azotemia e concentração urinária baixa). Pode-se ainda requisitar exames como mensuração de T4, T4 livre por diálise de equilíbrio e TSH, para descartar hipotireoidismo, e o teste de supressão com baixas doses de dexametasona ou teste de estimulação com ACTH, para descartar hiperadrenocorticismo em pacientes com infecções crônicas ou miopatia. Pode-se utilizar ainda o diagnóstico por imagem (obter radiografias simples do crânio e do pescoço, incluindo o aparelho hioide; dar especial atenção às mandíbulas e à articulação temporomandibular, aos dentes, às regiões faríngea e retrofaríngea, bem como à posição do aparelho hioide. A ultrassonografia da faringe pode ser útil em pacientes com lesões expansivas tipo massa e na obtenção de amostras de biopsias guiadas por US. Métodos diagnósticos como faringoscopia e endoscopia nasofaríngea podem ser utilizados para pesquisa de causa.
5) TRATAMENTO E MANEJO: Deve-se determinar a causa subjacente para elaborar o plano terapêutico e estabelecer o prognóstico preciso. Se o animal estiver desidratado, poderá ser necessária a implementação dos cuidados de suporte (fluido IV). O suporte nutricional é importante em todos os pacientes com disfagia. Os pacientes com disfagia bucal poderão se mostrar capazes de deglutir se o bolo alimentar for colocado na porção caudal da faringe; outros podem achar que o ato de lamber um mingau ou uma papa pode facilitar a deglutição; é preciso ter cuidado para evitar a aspiração quando se fornece o alimento por via oral. A elevação da cabeça e do pescoço durante a alimentação e por 10 – 15 minutos após a alimentação pode facilitar a deglutição em pacientes com disfagia faríngea ou cricofaríngea e ajudar a evitar a aspiração de alimento. Caso não se consiga suprir as necessidades nutricionais por via oral, poderá ser imprescindível o procedimento de gastrostomia.
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