Nutrição de Cães - Animal Diabético
- Dra. Brubs
- 3 de jun. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de jun. de 2022

1) CONSIDERAÇÕES GERAIS: A diabetes é a hiperglicemia de jejum de gravidade suficiente a ponto de resultar em glicosúria concomitante. É um distúrbio do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas, causado pela deficiência absoluta ou relativa da insulina. Em geral, o diabetes melito canino caracteriza-se pela perda da capacidade secretora de insulina por uma suposta destruição imunomediada das células β pancreáticas, resultando em uma dependência de insulina exógena (diabetes melito insulinodependente). Com menor frequência, em cães, pode ocorrer diabetes por insulinorresistência periférica, podendo o animal ser insulinodependente ou não. A deficiência absoluta ou relativa de insulina resulta em um catabolismo tecidual acelerado, diminuição na capacidade de manutenção da homeostasia de carboidratos, lipídios e proteínas, bem como insulinorresistência. A hipoinsulinemia, a resistência periférica à insulina e a gliconeogênese hepática contínua culminam em hiperglicemia persistente de gravidade suficiente a ponto de sobrecarregar a reabsorção tubular renal de glicose, levando à glicosúria, consequente diurese osmótica e poliúria/polidipsia compensatórias. A perda do sinal hipotalâmico de saciedade mediado pela glicose e dependente de insulina culmina em polifagia. A diminuição na utilização de glicose, dependente de insulina, resulta em catabolismo proteico com perda de peso e aumento na mobilização de lipídios (hiperlipidemia, lipidose hepática, produção de cetonas). Os acúmulos de grandes quantidades de corpos cetônicos levam ao desenvolvimento de acidose metabólica e à depleção do potássio corporal total. As raças de cães super-representadas incluem Samoieda, Terrier tibetano, Cairn terrier e Golden retriever, Keeshond, Poodle, Dachshund, Schnauzer miniatura e Beagle. A idade média corresponde aos 8 anos de idade e faixa etária dos 4 aos 14 anos (excluindo a forma juvenil rara). Fêmeas são mais predispostas.
2) SINAIS CLÍNICOS: Os sinais clínicos mais comumente observados em pacientes com diabetes melito são: poliúria e polidipsia (PU/PD), polifagia, perda de peso, hepatomegalia, cataratas em casos crônicos ou em cães com controle insatisfatório da doença, em casos de cetoacidose acentuada, podem ocorrer letargia, depressão, inapetência, anorexia e vômito e infecção do trato urinário.
3) CAUSAS E FATORES DE RISCO: A causas mais comuns de diabete melito são insulite imunomediada primária, pancreatite e doenças virais (que levam à insulite imunomediada secundária). Os fatores de risco é o período de diestro em cadelas (devido à produção acentuada de progesterona, que em excesso pode levar à resistência à insulina), suscetibilidade genética à insulite imunomediada, medicamentos como glicocorticoides e progestinas.
4) DIAGNÓSTICO: O primeiro passo ao se realizar o diagnóstico é avaliar os diagnósticos diferenciais. A glicosúria renal não costuma causar hiperglicemia e, geralmente, nenhum sinal de perda de peso com polifagia. Os resultados do hemograma, em geral, permanecem normais. Na bioquímica a glicose estará > 200 mg/dL, com atividades elevadas da fosfatase alcalina sérica e da alanina aminotransferase (ALT), em geral com um aumento proporcionalmente maior da primeira enzima, compatível com hepatopatia obstrutiva. Hipercolesterolemia, lipemia e cetonemia são alterações comuns. O nível dos eletrólitos varia, mas a hipocalemia e a hipofosfatemia indicam descompensação grave. Na urinálise, a glicosúria é um achado compatível. A cetonúria é comum.
5) TRATAMENTO E MANEJO: Os cães compensados podem ser tratados em um esquema ambulatorial; tais animais encontram-se alertas, bem hidratados e continuam se alimentando e bebendo líquidos, sem vômitos. A atividade física vigorosa pode reduzir as necessidades de insulina; um nível constante de atividade diária mostra-se útil. A dieta deve ser compatível ao quadro, o alimento deve ser controlado e constante em termos calóricos e construtivos; além disso, o animal deve consumir a mesma ingestão calórica todas as manhãs e todas as noites. É importante equiparar os efeitos hipoglicêmicos da insulina com os efeitos hiperglicêmicos da refeição. Como a maioria das insulinas atua no máximo 2 a 4 h após a administração SC e, normalmente, grande parte do alimento está sendo absorvida dentro de 1 h do consumo, o controle glicêmico será quase sempre estabelecido se o cão for alimentado 60 – 90 minutos após 12 h da dosagem de insulina. Se a insulina não puder ser administrada 1 vez ao dia, fornecer a ingestão calórica diária total em 2 ou 3 refeições dentro das primeiras 6 – 8 h após a dosagem da insulina. Fornecer uma quantidade calórica adequada para o peso corporal ideal do animal (50 – 70 kcal/kg). O alimento deve ser algo que o cão coma com segurança e dentro de um curto espaço de tempo. Para cães diabéticos obesos, fornecer uma dieta com restrição calórica para garantir que seu peso corporal ideal seja atingido dentro de 2 – 4 meses com o uso de alimento rico em fibras e pobre em calorias. Embora uma dieta rica em fibras possa aumentar a saciedade do paciente e, possivelmente, a satisfação do proprietário, esse tipo de dieta não desempenha qualquer papel no restabelecimento do controle diabético. Não é recomendável o fornecimento de petiscos a menos que eles sejam praticamente zero calorias. As fêmeas inteiras devem ser submetidas à ovário-histerectomia, quando se encontrarem estabilizadas; a progesterona secretada durante o diestro torna mais imprevisível o tratamento do diabetes melito.
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